o sol


O ano em que perderemos contato


Entre o final de agosto e os primeiros dias de setembro de 1859, grandes auroras boreais puderam ser vistas no céu de vários pontos do planeta. O belo espetáculo de luzes esverdeadas foi documentado nos EUA, em partes da Europa, Japão, Austrália e até mesmo no México (!). E o telégrafo deixou de funcionar em vários desses lugares. Não se sabia o que era, mas descobriram logo: era uma imensa tempestade solar - a maior já documentada. Foi quando se descobriu que elas podem ser belíssimas, mas comprometem os sistemas elétricos.

Em março de 1989, uma tempestade solar intensa afetou os canadenses da região de Quebec. A rede elétrica foi a pico e entrou em colapso. O blecaute durou nove horas e deixou sem energia mais de 6 milhões de pessoas. Na Bolsa de Valores de Toronto, quatro discos rígidos de computador pararam de funcionar um após o outro. O pregão congelou - nem o backup continuava de pé - enquanto a equipe de suporte técnico tentava em vão localizar o causador do mistério. Mais de 6 mil satélites saíram de suas órbitas.

O fato é que várias tentativas de prever com exatidão as tempestades solares falharam. Mas há um indício inegável: as manchas solares desaparecem da superfície do Sol alguns anos antes do acontecimento: é a tal calmaria antes da tempestade. E isso aconteceu em 2006. Mausumi Dikpati, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), prevê uma tempestade ainda maior do que a de 1989 (só perderá pra de 1859). E a data, segundo ele, é 2012.

EFEITOS

O primeiro equipamento a ser afetado será o sistema de GPS. Atravessar o Oceano Atlântico de veleiro, nessa época, não será uma boa idéia. Principalmente no hemisfério norte, é bem possível que a rede elétrica pare de funcionar aqui e ali. Esta será a primeira tempestade solar intensa que viveremos em plena era da Internet, das redes sem fio WiFi, do GPS de uso vasto. Somos totalmente eletrônicos, digitais. Mas, diferentemente da tecnologia do século 15, a do século 21 é susceptível aos humores da estrela mais próxima. HDs vão deixar de funcionar de uma hora para a outra sem que seus donos compreendam o motivo.

A tempestade começa na superfície do Sol, com um vento solar. É um vento rápido, forte, carregado de prótons e elétrons que são lançados no espaço. A carga afeta os vários planetas do Sistema Solar de forma diferente. O campo eletromagnético da Terra nos protege na maioria das vezes da radiação - mas, nos picos da tempestade, não há jeito que nos salve. Ela vem.

O primeiro resultado é o aquecimento da atmosfera. O ar esquenta, a atmosfera se dilata e abocanha um naco que antes pertencia ao espaço. O resultado prático é que satélites de órbita baixa, repentinamente, não estão mais em órbita e sim na atmosfera. Se bobear, alguns caem.

A radiação de prótons e íons que entram no planeta afeta os microchips. Eles param de funcionar. Sim, existem chips resistentes a este tipo de radiação - fundamentais para satélites ou naves espaciais. Mas aqueles encontrados dentro de nossos computadores não são assim.

Outra conseqüência da tempestade solar é que ela induz corrente - sim, surge energia elétrica do nada. Em Quebec, o que ocorreu foi isso. Ao encontrar as linhas elétricas, os elétrons se concentraram ali. Deu sobrecarga, o sistema parou. Naquela primeira vez em que uma tempestade assim foi documentada, em 1859, enquanto vários telégrafos paravam de funcionar, ao menos dois operadores descobriram, estupefatos, que podiam continuar sua conversa normalmente mesmo após desligarem suas baterias. A linha estava eletrificada.

Ha uma saída, claro: fazer suas casas como uma Gaiola de Faraday (pondo fios do telhado até o chão, enterrando-se metros abaixo da superfície). Serve para desviar a eletricidade estática e proteger seu interior. Não custa dizer que a idéia é simples, eficiente, mas é bom contratar um engenheiro para desenhá-la.


font:* O Sol - Nosso Rei Desconhecido


Argentinos e brasileiros obtêm imagens do Sol com detalhamento sem precedentes


Um grupo de cientistas do Brasil e da Argentina acaba de anunciar a obtenção das primeiras imagens do Sol adquiridas com telescópio e filtro H-Alfa – instrumento capaz de mostrar as regiões ativas da atmosfera solar com grau de detalhamento sem precedentes quando operado no mesmo local com dois outros telescópios solares no infravermelho e em ondas submilimétricas.
As primeiras imagens foram obtidas no dia 20 de outubro, no observatório do Complexo Astronômico El Leoncito (Casleo), localizado em San Juan, na Argentina.
A iniciativa faz parte de um convênio que envolve, há dez anos, cientistas do Casleo e do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam), da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
A obtenção de imagens em H-Alfa faz parte do Projeto Temático “Emissões da atividade solar do submilimétrico ao infravermelho”, coordenado por Pierre Kaufmann, professor do Craam, e financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de São Paulo).
De acordo com Kaufmann, o projeto combina uma série de métodos e equipamentos de última geração a fim de observar o Sol com grau de detalhamento inédito. O objetivo é compreender a física por trás de fenômenos como manchas e explosões solares.
“Conseguimos descrever bem processos como as explosões solares, mas a física que dá origem a eles ainda é um mistério.
Se pudermos conhecê-la, isso permitirá fazer previsões sobre esses fenômenos, que têm grandes impactos no nosso planeta, provocando desde alterações no clima até interferências em satélites da constelação GPS”, disse à Agência Fapesp.
Com a resolução das imagens que poderão ser obtidas a partir de agora, as análises sobre os processos físicos que ocorrem nas explosões solares terão um imenso aumento de precisão de diagnóstico.
É a primeira vez que se analisam os dados da estrela com tamanha resolução e com tal diversidade de frequências.
“O novo instrumento H-Alfa permite obtenção de elevadas taxas de repetição de imagens: 30 por segundo.
Simultaneamente, estamos trabalhando com imagens obtidas por outro telescópio no infravermelho médio e por radiotelescópio em ondas submilimétricas – todos operando no mesmo local.
Temos uma capacidade única para fazer diagnósticos inéditos de explosões solares com uma altíssima resolução temporal”, disse Kaufmann.
Atualmente, a comunidade científica está estarrecida com o fraco nível de atividade solar apresentado pelo Sol.
“Ainda assim, na primeira semana de observações com o conjunto de instrumentos foi possível observar duas explosões solares e visualizar, no Sol, regiões ativas com manchas e praias brilhantes, além de protuberâncias no limbo solar”, contou.
Kaufmann explica que, neste momento, o astro deveria apresentar atividade muito intensa, mas está apresentando um comportamento extremamente anômalo, de forma que as manchas – as regiões solares ativas – estão aparecendo com frequência e importância muito menores que nos ciclos anteriores.
“O Sol tem ciclos de atividade de 11 anos e a previsão era de que o máximo da atividade solar deveria ocorrer em 2013.
Já devíamos ter uma alta atividade, mas estamos bem longe disso. Estamos bastante perplexos com essa demora para a retomada do ciclo de atividade solar”, disse.


“Mini era glacial”

O físico solar Cornelis de Jager, da Organização de Pesquisa Espacial de Utrecht (Holanda), publicou recentemente na revistaJournal of Cosmology um artigo no qual prevê que os próximos ciclos solares de 11 anos serão excepcionalmente fracos em termos de atividade.
De acordo com o artigo do cientista holandês, esse momento de baixa atividade solar pode ser análogo à chamada “mini era glacial”, um período de cerca de 100 anos que se concentrou no século 17.
“Não sabemos, ainda, detalhes sobre a física das explosões solares. Mas é certo que esses fenômenos têm forte impacto no clima terrestre”, disse Kaufmann.
O professor do Craam explica que as manchas solares confinam grande quantidade de material ionizado – ou plasmas – extremamente quente, onde subitamente ocorrem as explosões solares.
“Essas explosões liberam imensas quantidades de energia, interagindo com o espaço interplanetário e com a Terra.
Se estivermos de fato diante da iminência de uma nova ‘mini era glacial’, esse período potencialmente poderá levar a um esfriamento do planeta”, destacou.
Embora os mecanismos físicos das explosões solares continuem inteiramente desconhecidos, existem evidências de que sua origem está relacionada à aceleração de partículas – em particular elétrons – a velocidades extremamente elevadas, muito superiores às que se imaginava anteriormente.
Junto às manchas solares existem poderosos aceleradores de partículas naturais. “A tendência atual é fazer uma analogia entre o processo de aceleração de partículas em grandes aceleradores de laboratório e os que dão origem a explosões solares”, disse o professor do Craam.
Kaufmann explica que esses processos podem ser medidos em comprimentos de onda que se situam na faixa do infravermelho distante e próximo, fazendo uso de tecnologias que se situam entre micro-ondas curtas e o espectro visível.
“Por isso, nosso grupo tem conseguido resultados inéditos mostrando essas evidências e agora partirá para fazê-lo em nível ainda mais avançado”, afirmou.
Em El Leoncito, a equipe de engenheiros do Casleo opera a instrumentação, enquanto a maior parte da análise e interpretação dos dados é feita pelo grupo do Craam.
“O observatório se situa em região desértica argentina, a uma altitude de 2,6 mil metros. As condições são muito boas, temos 330 dias por ano de céu aberto”, disse.
O projeto principal se estenderá até 2012. Há ainda seis projetos atrelados ao estudo, três dos quais de pós-doutorado.
“Após a conclusão, pretendemos iniciar um outro projeto na mesma linha, cujas pesquisas deverão se estender pelo menos até o próximo máximo de atividade solar – se é que ele vai existir”, disse o coordenador do Temático.

Fonte: UOL

Nasa anuncia plano de enviar sonda para a atmosfera do Sol


Agência espacial pretende chegar mais perto da estrela do que nunca

A Nasa (agência espacial americana) anunciou o plano de lançar uma nave não-tripulada para tentar chegar mais perto do que nunca do Sol.
Cientistas esperam lançar a sonda Solar Probe Plus (SPP), com o objetivo de alcançar a camada mais externa da atmosfera do astro, antes de 2018.
Antes de ser destruída por temperaturas acima dos 1.400°C, a nave terá que obter informações valiosas sobre o Sol.
O custo do projeto da sonda solar deve ficar em torno de US$ 180 milhões (cerca de R$ 306 milhões).
Para suportar as temperaturas e a radiação, os instrumentos serão protegidos por um enorme escudo anticalor, feito de um composto de carbono, que ainda precisa ser construído.
O Sol é um dos poucos lugares para os quais o homem ainda não enviou naves espaciais.
“Tentar entender como o Sol influencia a Terra é algo um tanto importante hoje em dia”, disse à BBC News Richard Harrison, físico solar do laboratório britânico Rutherford Appleton.
“A única coisa que nós nunca fizemos é realmente ir lá. Você imagina uma nave espacial voando até Marte ou Vênus, mas com o Sol, é um pouco diferente. [Mas nós somos capazes de enviar] uma nave perto do Sol e este é o plano para a próxima geração da navegação espacial”, afirmou.
Lika Guhathakurta, cientista do programa Solar Probe Plus na sede na Nasa, em Washington (EUA), disse que, “pela primeira vez, nós seremos capazes de tocar, sentir o gosto e cheirar o nosso Sol”.
A nave sera equipada com vários instrumentos, entre eles um detector de partículas do vento solar, uma câmera 3D e um dispositivo para medir o campo magnético.
A camada mais externa da atmosfera do Sol é chamada de “coroa” e é muitas centenas de vezes mais quente que a fotosfera, ou a superfície visível da estrela.
Harrison afirma que, para muitas pessoas, pode parecer estranho que o Sol realmente tenha uma atmosfera.
Mas ele tem, segundo ele explica; “É este plasma de milhões de graus, [feito de] partículas carregadas, presas em circuitos magnéticos, algo como supercampos magnéticos”.
Um dos objetivos da missão SPP é entender a natureza do “vento solar”, a massa de partículas carregadas que se propaga para longe do Sol e em direção do espaço.
“Os experimentos selecionados para o Solar Probe Plus são especificamente projetados para resolver duas questões-chave da física solar: por que a camada mais externa da atmosfera do Sol é tão mais quente que a sua superfície visível, e o que impulsiona o vento solar, que afeta a Terra e o nosso Sistema Solar”, diz Dick Fisher, diretor da Divisão de Heliofísica da Nasa, em Washington.
“Nós temos confrontado estas questões por décadas e esta missão deve finalmente nos trazer as respostas”.
O SPP não é o único projeto em andamento para se chegar próximo ao Sol. Tanto a Nasa quanto a Agência Espacial Europeia estão trabalhando em outra missão chamada Solar Orbiter, um satélite que também pode chegar à estrela até o fim desta década.
No entanto, o professor Harrison diz que o SPP tem objetivos bem mais ambiciosos.
“A sonda solar vai literalmente atravessar uma parte da atmosfera do Sol, e isso nunca foi feito antes”, afirma.
“O verdadeiro desafio será tirar as medidas – você não quer somente medir os efeitos que você levou à atmosfera [por meio da nave espacial]”.
“É um pouco como se você estivesse conduzindo um barco por um rio e medindo algo sobre a superfície – você não quer medir as ondulações causadas pelo barco. É um verdadeiro desafio, mas é algo factível”.

Fonte: BBC

Sondas gêmeas registram colisão de cometa com o Sol


Corpo foi ejetado por Júpiter e fez um único loop em direção à estrela. Dados foram apresentados na reunião da Sociedade Astronômica dos EUA.

Físicos da Universidade da Califórnia, campus de Berkeley, gravaram a colisão de um cometa com o Sol.

Eles usaram instrumentos a bordo da dupla de naves Stereo (de Solar TErrestrial RElations Observatory), lançadas em 2006.
São duas naves idênticas orbitando o Sol, uma entre a Terra e a estrela e a outra atrás do Sol. A equipe também usou dados captados pelo Observatório Solar Mauna Loa, baseado no Havaí.
Na avaliação dos cientistas, o cometa foi ejetado de seu curso em 2004 por influência deJúpiter. Desgovernado, fez o primeiro (e último) loop justamente no quintal do Sol.
Os detalhes da descoberta foram apresentados nesta segunda-feira (24) na reunião da Sociedade Astronômica Americana, em Miami, Flórida.
Além das gêmeas Stereo A e B, foram empregados vários instrumentos do Soho (Solar and Heliospheric Observatory), lançado em dezembro de 1995.

Fonte: G1

Nasa divulga imagem da maior erupção já captada do Sol

 
Para captar essa rara imagem, o observatório filmou a erupção por 19 horas.

Labareda de plasma se estendeu a uma distância de 800 mil quilômetros da superfície solar.





Um observatório espacial da Solar Terrestrial Relations Observatory (STEREO), missão da Nasa que monitora a atividade solar, captou no último dia 13 a maior erupção já registrada do Sol.
Segundo os cientistas da agência espacial norte-americana, a labareda de plasma se estendeu a uma distância de 800 mil quilômetros da superfície solar.

Fonte: Estadão

Possível redução na atividade solar não conterá aquecimento


Uma redução na atividade solar equivalente à da "Pequena Era do Gelo" do século XVII causaria apenas uma pequena diminuição no ritmo do aquecimento global, indicou um estudo na quarta-feira (10).
Uma diminuição da atividade solar nos últimos anos, relacionada a um número menor de manchas solares, cortaria em no máximo 0,3 grau Celsius o aumento previsto das temperaturas até 2100, caso ela se transforme no longo "Grande Mínimo" de intensidade, afirmaram eles.
"A noção de que estamos nos dirigindo a uma nova Pequena Era do Gelo caso o Sol de fato tenha entrado num Grande Mínimo é errada," disse Georg Feulner, autor principal de um estudo do Instituto Postdam para Pesquisa sobre o Impacto do Clima, em um comunicado.
As temperaturas mundiais provavelmente subirão entre 3,7 e 4,5 graus Celsius até 2100, caso as emissões de gases-estufa continuem aumentando - muito mais que o impacto de mudanças conhecidas na atividade solar, informou o estudo.
O Sol passou por quatro Grandes Mínimos desde o século XIII, incluindo o Mínimo de Maunder, de 1645 e 1715, que se sobrepôs à Pequena Era do Gelo. O Rio Tâmisa congelou em Londres, por exemplo, entre 1683 e 1684.
As temperaturas mundiais aumentaram 0,7 grau Celsius desde que a Revolução Industrial levou ao maior uso de combustíveis fósseis, que liberam gases-estufa quando queimados, de acordo com um painel da Organização das Nações Unidas de cientistas que estudam o clima.

Fonte: Terra


Cientistas captam rara imagem da coroa solar


Na imagem, a radiação da superfície solar aparece como uma densa fumaça formando uma coroa em volta da sombra da Lua, no momento em que esta encobre completamente o Sol

Cientistas divulgaram nesta quarta-feira uma rara imagem capturada durante um eclipse total do Sol ocorrido em julho de 2009 nas Ilhas Marshall, na Micronésia, no Oceano Pacífico.
Na imagem, a radiação da superfície solar aparece como uma densa fumaça formando uma coroa em volta da sombra da Lua, no momento em que esta encobre completamente o Sol. As informações são do Telegraph.
A imagem é resultado de um estudo organizado pela Universidade de Tecnologia de Brno, na República Checa, que monitorou a sombra em volta da Lua para observar as mudanças ocorridas no plasma formado pela radiação.
Dez vezes mais denso que o centro do Sol, o material que forma a coroa só produz cerca de um milionésimo da Luz do astro rei, o que significa que só pode ser visto quando é "iluminado" durante um eclipse.
A coroa misteriosa, que tem intrigado os cientistas há anos, se estende por mais de um milhão de quilômetros do Sol e é 200 vezes mais quente que a superfície visível da estrela.
A fonte de calor da coroa ainda é objeto de debates, mas é provável que seja derivada do campo magnético e de ondas de pressão sonora abaixo do Sol.
Em entrevista concedida ao Telegraph, o professor Miloslav Druckmuller, autor das fotos, afirma que ficou encantado com os resultados.
"Mesmo que o motivo para tirar as fotografias tenha sido a ciência, o resultado mostra a enorme beleza da natureza", disse.
No próximo eclipse solar, em julho, a equipe focará novamente as suas lentes e olhos para a coroa.

Fonte: Terra

Nasa lançará nova sonda para desvendar mistérios do Sol


Concepção artística do Observatório Dinâmico Solar (SDO, na sigla em inglês), que tem o objetivo de fotografar o Sol e analisar seus componentes

A Nasa, agência espacial americana, anunciou nesta quarta-feira que, na próxima semana, lançará um observatório cujo objetivo central será transmitir fotografias do Sol para desvendar seus mistérios.
O novo Observatório Dinâmico Solar (SDO, na sigla em inglês) partirá acoplado a um foguete Atlas V do Centro Espacial Kennedy, na Flórida (Estados Unidos), às 15h30 GMT da próxima terça-feira, informou a agência espacial.
"Seus telescópios estudarão as manchas e as tempestades solares com maior qualidade de pixels e cores que nenhum outro observatório já obteve na história da física solar", comunicou a Nasa.
"Assim descobriremos os segredos ocultos do Sol através de uma corrente prodigiosa de imagens", acrescentou.
De acordo com Liz Citrin, do Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa, as imagens do observatório ajudarão a compreender a dinâmica do Sol, além de prognosticar seu comportamento por meio dos instrumentos da sonda.
O observatório analisará ainda os campos magnéticos do Sol e as mudanças de energia dos ventos solares, as partículas energéticas e as variações de radiação.

Fonte: Terra

Atividade solar pode interferir com comunicações na Terra até 2012, dizem cientistas


Atividade solar intensa pode prejudicar comunicações na Terra

A atividade na superfície do Sol vem se intensificando e poderá provocar interferências nas redes de comunicação da Terra nos próximos dois anos, segundo adverte um grupo de cientistas em antecipação ao lançamento de um novo observatório solar da Nasa, a agência espacial americana.
Novas fotos feitas por telescópios espaciais mostram um aumento significativo das chamadas labaredas solares e de regiões de poderosos campos magnéticos conhecidos como pontos solares após um período com a mais baixa atividade solar em quase um século.
A atividade solar intensa pode prejudicar o campo de proteção magnética da Terra, provocando sérios problemas nos sistemas de comunicação e até mesmo nos sistemas de distribuição de energia elétrica.
Segundo os cientistas, o pico da atividade solar poderá ocorrer em meados de 2012, elevando o risco de problemas com transmissões de televisão e redes de internet e o risco de apagões durante os Jogos Olímpicos de Londres.

'Maluco'

“Nos últimos três anos, a superfície do Sol havia se acalmado bastante por um tempo. A cada 11 anos as labaredas reaparecem, e de repente vemos a retomada dessa atividade”, afirma a astrônoma Heather Couper, ex-presidente da Associação Britânica de Astronomia.
“O Sol é uma grande massa magnética, e se há qualquer interrupção nos campos magnéticos, o Sol fica meio maluco, então temos essas incríveis explosões e labaredas e coisas que provocam fenômenos como as auroras boreais”, explica Couper.
“Quando o Sol tem uma labareda, isso pode realmente afetar as conexões elétricas no nosso planeta. Isso já provocou até mesmo no passado a interrupção dos negócios nas bolsas de valores de Tóquio e no Canadá”, diz a astrônoma.

Sem explicações

Apesar de os cientistas conhecerem bem as consequências do aumento da atividade solar, eles ainda não têm muitas explicações para a origem do fenômeno, muito menos condições de prever sua ocorrência.
Os pesquisadores esperam que o lançamento do Observatório de Dinâmica Solar da Nasa, nesta semana, os ajude a coletar dados que os ajudem a dar avisos antecipados da ocorrência de labaredas solares e de tormentas magnéticas.
Segundo eles, as consequências podem ser minimizadas com o desligamento de circuitos eletrônicos sensíveis antes das tormentas magnéticas, reduzindo o risco de danos a satélites de transmissão.
A sonda da Nasa, que deverá ser lançada no sábado, ficará na órbita da Terra por cinco anos para investigar as causas da atividade solar intensa.

Fonte: BBC

Imagens raras de uma erupção solar



NASA divulgou imagens nesta terça-feira (13). Fenômeno durou 30 horas e formou uma nuvem de gás na órbita do Sol.

A Agência Espacial Americana (NASA) divulgou nesta terça-feira (13) imagens raras de uma erupção solar.

A erupção foi muito intensa, e, de acordo com os cientistas da NASA, provocou uma nuvem de gás que ficou suspensa na órbita do Sol por forças magnéticas.

O fenômeno durou 30 horas, e foi registrado no fim de setembro.


Fonte: G1

Sol expele rajadas contra Terra mesmo em períodos de 'calma', diz estudo


Ventos em 1996 (esq) eram mais fracos do que os de 2008 (dir)

O sol bombardeia a Terra com rajadas de partículas - o chamado vento solar - mesmo quando sua atividade parece estar em baixa, afirmaram cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR, na sigla em inglês) e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, a conclusão vai de encontro à noção de que a atividade solar pode ser medida apenas pelas manchas em sua superfície – nos ciclos de aproximadamente 11 anos, os períodos em que a atividade solar parece mais “quieta” coincidem com a fase em que há menos manchas na superfície.
Até agora, essas manchas eram usadas para medir as mudanças de impacto do sol sobre a Terra durante esses ciclos de 11 anos.
Nas fases de maior atividade, o número de manchas aumenta. Neste período, o sol lança intensas chamas diariamente e tempestades geomagnéticas atingem a Terra frequentemente, derrubando satélites e interrompendo redes de comunicações.
“O sol continua a nos surpreender”, disse a líder da pesquisa Sarah Gibson, do Observatório de Alta Altitude do NCAR.
“O vento solar pode atingir a Terra como uma mangueira de fogo, mesmo quando não há praticamente nenhuma mancha em sua superfície.”
O estudo, financiado pela Nasa e pela Fundação Nacional da Ciência, está sendo publicado nesta sexta-feira no Journal of Geophysical Research.

Manchas

Há séculos os cientistas se baseiam nas manchas solares – áreas de campos magnéticos concentrados que aparecem como manchas escuras na superfície solar – para determinar o ciclo de aproximadamente 11 anos.
Desta vez, Gibson e sua equipe se concentraram em outro processo pelo qual o sol libera energia, analisando rajadas de vento solar de alta velocidade, que carregam turbulentos campos magnéticos para fora do sistema solar.
Quando essas rajadas chegam perto da Terra, elas intensificam a energia no cinturão de radiação em torno do planeta.
Isso aumenta a pressão no topo da atmosfera e pode afetar satélites de meteorologia, navegação e comunicação, em órbita nessa região, além de ameaçar os astronautas da Estação Espacial Internacional.
Os cientistas analisaram informações coletadas por instrumentos espaciais e baseados na Terra durante dois projetos, um em 1996 e outro em 2008. O ciclo solar estava em sua fase de atividade mínima durante os dois períodos.
No passado, cientistas acreditavam que essas rajadas de vento praticamente desapareciam nos períodos de quietude do sol, mas quando a equipe comparou o efeito do vento solar de agora com o de 1996, último período de calmaria do astro, concluiu que a Terra continuou sendo intensamente afetada no ano passado.
Apesar de o sol apresentar menos manchas em sua superfície do que em qualquer período de baixa dos últimos 75 anos, o efeito do astro sobre o cinturão de radiação em torno da Terra – medido pelos fluxos de elétrons – foi mais do que três vezes maior no ano passado do que em 1996.
Os cientistas também concluíram que, apesar de o Sol apresentar ainda menos manchas atualmente do que em seu período de calmaria de 1996, os ventos solares eram mais fracos 13 anos atrás.

Impacto

No momento de pico, o impacto acumulado das rajadas de vento durante um ano pode injetar tanta energia na Terra como as erupções maciças da superfície solar durante um ano no período de alta atividade do sol, afirma a co-autora do estudo Janet Kozyra, da Universidade de Michigan.
Segundo Gibson, as observações deste ano mostram que os ventos parecem finalmente ter diminuído, quase dois anos depois de as manchas terem chegado ao mínimo deste último ciclo.
Os cientistas, no entanto, afirmam que são necessários mais estudos para entender os impactos dessas rajadas de vento sobre o planeta.
Para Gibson, o fato de que o sol continua afetando intensamente as atividades magnéticas na Terra nestes períodos de calma pode ter implicações para satélites e outros sistemas tecnológicos.
“Isso deve manter os cientistas ocupados tentando juntar todas as peças”, afirma ela.

Fonte: BBC

Ilustração de um sistema de energia solar espacial criado no Japão

O Japão, país que apesar de não ter muitos recursos naturais ocupa a dianteira no desenvolvimento de tecnologia de ponta, planeja construir uma central solar espacial para enviar energia à Terra através de raios laser ou microondas.
Ao fim de uma licitação lançada neste semestre, o Estado japonês escolheu esta semana as empresas e organismos que deverão desenvolver o dispositivo futurista, que o poder público já chama de essencial.
O objetivo, para 2030, é colocar em órbita geoestacionária (a 36 mil km da Terra) um artefato equipado com vários painéis fotovoltáicos que transformem a energia solar em eletricidade, com capacidade anual de cinco a 10 vezes superior aos painéis utilizados na Terra.
Esta eletricidade, por sua vez, será transformada em fluxos energéticos transmitidos por raios ou microondas até a Terra, onde serão captados por uma antena parabólica gigante que os transformará novamente em eletricidade.
"Como se trata de uma forma de energia limpa e inesgotável, acreditamos que este sistema pode contribuir para resolver os problemas de insuficiência energética e do aquecimento da Terra devido aos gases causadores do efeito estufa", explicam os pesquisadores da Mitsubishi Heavy Industries (MHI), grupo diversificado especialista em técnicas aeroespaciais. "A luz do sol é abundante no espaço", destacam.
O gigantesco desafio científico e industrial coordenado pela Agência Espacial Japonesa (JAXA) parece saído da ficção científica, mas o Japão iniciou seus estudos para o projeto em 1998.
Ao todo, 130 pesquisadores divididos em grupos de trabalho participam da iniciativa, e este número deve crescer a partir de agora.
No dia 1º de setembro, os ministérios da Economia, Comércio e Indústria (METI) e de Ciências e Técnicas (MEXT) confiaram o desenvolvimento do projeto à MHI e ao Instituto de Pesquisa de Dispositivos Espaciais Inabitados, que reúne 17 empresas, entre elas os grupos de eletrônica Mitsubishi Electric, NEC, Fujitsu e Sharp.
De acordo com os planos atuais, haverá várias etapas de desenvolvimento até o lançamento do dispositivo, previsto para 2030.
Primeiro, "um satélite de testes destinado à experimentação da transmissão por microondas deve ser colocado em órbita baixa por um foguete japonês" nos próximos anos, explicou um dos coordenadores do projeto na JAXA, Tatsuhito Fujita.
Depois, os japoneses testarão a possibilidade de uma montagem automatizada no espaço (em órbita conjunta com a Estação Espacial Internacional, ISS) das peças para construir uma grande estrutura fotovoltáica flexível com potência de 10 megawatts (MW). Isto está previsto para 2020.
Posteriormente, será colocado em órbita geoestacionária um protótipo com 250 MW de potência, que servirá para testar o conjunto do dispositivo e estudar sua viabilidade financeira.
A missão final consiste em produzir eletricidade a um custo que seja competitivo em relação a outras fontes de energia.
Os pesquisadores têm como principal objetivo desenvolver um sistema definitivo de mil MW, que produziria energia a um custo de 8 ienes (0,085 dólares) por quilowatt/hora, mesmo custo da produção de energia solar na Terra em 2030, e aproximadamente seis vezes menos que o custo atual.
No entanto, até que as tarifas se tornem atraentes será preciso convencer a população: segundo um estudo da JAXA realizado em 2004 com mil pessoas, a segurança é o primeiro motivo de preocupação em relação ao projeto, e palavras como "laser" e "microondas" provocam medo.

Fonte: Terra

Ausência de manchas solares intriga cientistas


Os cientistas estão intrigados com a ausência de manchas solares durante os primeiros quatro meses do ano. No ano passado, o Sol passou 266 dias com apenas um sinal de imperfeição.
O aumento da atividade solar acompanha um ciclo de 11 anos de erupções, quando há uma troca de energia do pólo Sul para o pólo Norte e as manchas aparecem, indicando o início de um novo ciclo.
A tranquilidade solar implica, por exemplo, na menor ocorrência de tormentas solares - partículas energéticas que chegam à Terra e podem afetar negativamente os satélites de comunicações, entre outros equipamentos.
Os cientistas estão aproveitando este "silêncio" para avançar os estudos sobre outros fenômenos produzidos pelo Sol, como os modos de vibração e as ejeções de massa coronal. Segundo os pesquisadores, uma compreensão completa das forças que impulsionam a dinâmica solar estão muitas vezes fora de alcance.

Fonte: Terra

Sol rouba a atmosfera da Terra, diz estudo


Um novo estudo afirma que o Sol está lentamente "roubando" a atmosfera da Terra

Diferente da atmosfera de Marte e Vênus, acreditava-se que a atmosfera terrestre era intocável dentro da proteção de nosso campo magnético.
Mas um novo estudo afirma que o Sol está lentamente "roubando" nossa atmosfera - e a uma taxa maior do que em Marte ou Vênus.
Talvez o mais surpreendente seja que a principal defesa de nosso planeta contra o Sol possa ser um agente duplo, auxiliando e cooperando com o roubo.
Marte, por exemplo, provavelmente começou com uma atmosfera densa semelhante à da Terra. Mas sem a proteção de um campo magnético, o vento solar - na verdade um fluxo de partículas carregadas que vem do sol - está erodindo a atmosfera marciana.
Vênus também não tem uma magnetosfera e está sendo destituído de sua cobertura atmosférica. Atualmente, sua taxa de perda superou a de Marte.
Normalmente saudada como um escudo protetor contra a energia brutal do sol, a magnetosfera terrestre na verdade está ajudando as partículas energizadas do sol a eliminar uma fração minúscula da atmosfera da Terra, afirma o novo estudo.
"Estamos, na verdade, perdendo mais oxigênio e hidrogênio do que Vênus atualmente", disse Chris Russell, professor de física espacial da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
"Normalmente, dizemos a nossos colegas e a nós mesmos que temos sorte de viver neste planeta, porque temos esse escudo magnético que nos protege."
"Ele certamente ajuda", explicou, "mas entendemos agora que, quando se trata da atmosfera, isso não é verdade."

Sem pânico

Uma equipe internacional de pesquisadores tem monitorado atmosferas planetárias usando a missão Mars Express, da Agência Espacial Européia, para Vênus e Marte, e a missão Small Explorer (ou SMEX), da NASA, para a Terra. A SMEX também possui instrumentos para medir a atividade magnética terrestre.
"Na Terra, a magnetosfera funciona como um coletor energético que interage com o material que vem do sol e pode absorver a energia do vento solar", disse Russel.
Mas, então, o campo magnético da Terra canaliza e orienta essa energia para a atmosfera superior, aquecendo a atmosfera e permitindo que ela escape através dos mesmos canais que possibilitaram a entrada da energia.
O funcionamento físico exato ainda precisa ser compreendido, mas não há motivos para alarde, disse Russell.
No ritmo atual, nosso estoque atmosférico pode durar pelo menos até o sol - hoje na metade de sua vida - se tornar uma gigante vermelha e engolfar a Terra, disse Russell.
"Quando chegarmos a isso", disse, "a perda de atmosfera se tornará irrelevante."
As descobertas foram apresentadas recentemente em um encontro da American Geophysical Union, em Toronto, Canadá.

Fonte: Terra

Telescópio estudará o Sol em balão maior que estádio

O observatório Sunrise viajará em um gigantesco balão de 1 milhão de m³ de hélio para estudar o Sol

A Nasa, agência espacial americana, recorrerá ao antiquado método de transporte em balões para lançar um telescópio que estudará o Sol em uma travessia que vai da Suécia ao Canadá.
O observatório Sunrise ("Nascer-do-sol", na tradução em inglês) permanecerá em vôo sobre o Ártico por quase uma semana suspenso por um gigantesco balão maior que um estádio, com quase 1 milhão de m³ de gás hélio.
O telescópio e a gôndola onde serão carregados os instrumentos científicos pesam cerca de 2 t. A Nasa informou que a missão - integrada também por Espanha e Alemanha - fazem parte de um experimento com o propósito de captar imagens em alta resolução da superfície solar.

O lançamento, programado para 1º de junho, ocorrerá no Centro Espacial Esrange, na Suécia. O destino final será o Canadá. O Sunrise deverá cruzar o Ártico a quase 37 mil m de altura para observar o Sol enquanto flutua sobre a Terra.

A gôndola possui um sistema de orientação que permite ao equipamento se movimentar horizontalmente. Os cientistas esperam que o observatório e outros instrumentos flutuantes similares expliquem os fenômenos causados pelos campos magnéticos na superfície do maior astro do nosso sistema solar, como as manchas solares e as ejeções de massa coronal.

Estes processos são os responsáveis pela intensa variação climática da Terra. Outro objetivo de Alemanha, Espanha e Estados Unidos é utilizar os balões para reduzir o custo de lançamento de satélites. O valor do Sunrise é estimado entre 60 a US$ 80 milhões, enquanto um similar colocado em órbita custaria US$ 500 milhões.


Font  :Terra

Calma excessiva do Sol pode indicar nova era glacial


O Sol tinha um aspecto liso em Março de 2009 e assim permanece hoje. Esta é a sua fase menos ativa desde a década de 50

Uma parada prolongada na atividade solar levou os astrofísicos a dedicar atenção especial aos seus telescópios para determinar o que o Sol fará a seguir - e de que maneira o clima da Terra pode responder.
O Sol vem apresentando seu menor nível de atividade em décadas e sua menor luminosidade em 100 anos. A pausa solar faz com que alguns cientistas tomem como paralelo a Pequena Era Glacial, um período de frio incomum na Europa e na América do Norte que se estendeu de 1300 a 1850.
O período mais frio da Pequena Era Glacial, entre 1645 e 1715, está conectado a uma profunda queda nas tempestades solares conhecida como "Mínimo de Maunder".
Durante aquele período, o acesso à Groenlândia esteve em larga medida bloqueado pelo gelo, e os canais holandeses costumavam se congelar completamente.
As geleiras nos Alpes engoliam aldeias inteiras, e o gelo no mar se adensou a tal ponto que não existia mar aberto em torno da Islândia em 1695.
Mas os pesquisadores estão em guarda contra a possibilidade de que suas preocupações sobre uma nova era fria sejam mal interpretadas.
"Os céticos quanto ao aquecimento global tendem a se precipitar", disse Mike Lockwood, um físico especialista nos efeitos do Sol sobre a Terra, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.
Ele e outros pesquisadores decidiram, portanto, conduzir uma "negação preventiva" quanto a um mínimo solar que levaria a um resfriamento global.
Mesmo que a atual pausa solar seja o início de um período prolongado de baixa atividade, dizem os cientistas, os efeitos da estrela sobre o clima empalidecerão em contraste com a influência dos gases gerados por atividade humana e causadores do efeito-estufa.
"Acredito que seja preciso ter em mente que o dióxido de carbono está em nível entre 50% e 60% superior ao normal, enquanto o declínio na atividade solar é da ordem de menos de 1%", disse Lockwood. "Creio que isso deva ajudar a manter as coisas em perspectiva".
Mesmo assim, acrescentou, pequenas variações no brilho do sol são mais poderosas do que as mudanças na contribuição do efeito-estufa.
Por exemplo, uma variação de 50% no brilho do Sol poderia representar a extinção da vida na Terra.
Há centenas de anos os cientistas vêm registrando o número observável de manchas solares como maneira de acompanhar os ciclos de atividade solar, cuja duração média é de 11 anos. As manchas solares, que podem ser visíveis sem telescópio, são regiões escuras que indicam intensa atividade magnética na superfície do Sol Tempestades solares como essas enviam ondas de partículas dotadas de carga elétrica, capazes de prejudicar satélites e até mesmo derrubar redes elétricas.
No atual ciclo, 2008 deveria ter sido o ponto mais baixo, e este ano as manchas celulares deveriam ter começado a mostrar avanços.
Mas nos primeiros 90 dias de 2009, 78 não apresentaram manchas solares. Os pesquisadores também disseram que o brilho do sol é o menos intenso dos últimos 100 anos.
O Mínimo de Maunder correspondeu a uma profunda parada nas atividades das manchas solares - os astrônomos da era registraram apenas 50 delas em um período de 30 anos.
Caso o Sol entre em depressão semelhante, pelo menos um modelo preliminar sugeriu que pontos frios poderiam surgir em diversos locais da Europa, Estados Unidos e Sibéria.
No evento anterior, porém, muitas partes do mundo passaram sem efeitos, disse Jeffrey Hall, astrônomo e diretor associado do Observatório Lowell, em Flagstaff, Arizona.
"Até mesmo um mínimo intenso como aquele não exerceu atividade mundial", ele disse.

Incógnitas e incertezas

As mudanças na atividade solar podem afetar a Terra de outras maneiras, além disso. Por exemplo, a radiação ultravioleta emitida pelo Sol não está se reduzindo da mesma maneira que nos mínimos visuais do passado.
"A luz visível não varia tanto assim, mas a ultravioleta vaia em 20%, e os raios-X podem variar por um de 10", disse Hall.
"O que não compreendemos tão nem é o impacto dessa irradiação espectral diferenciada".
A radiação solar ultravioleta, por exemplo, afeta mais as camadas superiores da atmosfera terrestre, onde os efeitos são menos perceptíveis para os seres humanos.
Mas alguns pesquisadores suspeitam que esses efeitos possam influenciar camadas mais baixas, que têm papel na formação do clima.
Em termos gerais, as pesquisas mais recentes vêm definindo uma situação sob a qual o Sol tem influência ligeiramente superior à prevista por teorias do passado, no que tange ao clima terrestre.
Incógnitas atmosféricas como a radiação ultravioleta podem ser parte da explicação, segundo Lockwood.
Enquanto isso, ele e outros especialistas acautelam contra contar com pausas solares futuras como forma de mitigar o aquecimento global.
"Existem muitas incertezas", disse José Abreu, estudante de doutorado no Eawag, o instituto de estudos do clima do governo suíço.
Não sabemos até que ponto o clima é sensível às alterações na intensidade do Sol. Em minha opinião, melhor não brincar com aquilo que desconhecemos".

Fonte: Terra

Baixa atividade do sol intriga astrônomos


Sol está em período mais quieto de quase 100 anos

O sol passa por um de seus períodos mais quietos por quase um século, praticamente sem manchas solares (explosões na atmosfera solar) e emitindo poucas chamas.
A observação da estrela mais próxima da Terra está intrigando os astrônomos, que estão prestes a estudar novas imagens do sol captadas no espaço na Reunião Nacional de Astronomia do Reino Unido.
O sol normalmente passa por ciclos de atividade de 11 anos. Em seu pico, ele tem uma atmosfera efervescente que lança chamas e "pedaços" gasosos super quentes do tamanho de pequenos planetas. Depois deste pico, o astro normalmente passa por um período de calmaria.
Esperava-se que o sol voltasse a esquentar no ano passado depois de uma temporada de calmaria. Mas em vez disso, a pressão do vento solar chegou ao seu nível mais baixo em 50 anos, as emissões radiológicas são as mais baixas dos últimos 55 anos e as atividades mais baixas de manchas solares dos últimos 100 anos.
Segundo a professora Louise Hara, do University College London, as razões para isso não estão claras e não se sabe quando a atividade do sol vai voltar ao normal.
"Não há sinais de que ele esteja saindo deste período", disse ela à BBC News.
"No momento, há artigos científicos sendo lançados que sugerem que ele vai entrar em um período normal de atividade em breve."
"Outros, no entanto, sugerem que ele vai passar por outro período de atividades mínimas - este é um grande debate no momento."

Mini era do gelo

Em meados do século 17, um período de calmaria - conhecido como Maunder Minimum - durou 70 anos, provocando uma "mini era do gelo".
Por isso, alguns especialistas sugeriram que um esfriamento semelhante do sol poderia compensar os efeitos das mudanças climáticas.
Mas segundo o professor Mike Lockwood, da Universidade de Southhampton, isso não é tão simples assim.

Imagens de manchas solares foram captadas pelo telescópio Soho em 2001 (à esq.), mas não neste ano.

"Quisera eu que o sol estivesse vindo a nosso favor, mas, infelizmente, os dados mostram que não é esse o caso", disse ele.
Lockwood foi um dos primeiros pesquisadores a mostrar que a atividade do sol vinha decrescendo gradualmente desde 1985, mas que, apesar disso, as temperaturas globais continuavam a subir.
"Se você olhar cuidadosamente as observações, está bem claro que o nível fundamental do sol alcançou seu pico em cerca de 1985 e o que estamos vendo é uma continuação da tendência para baixo (na atividade solar), que vem ocorrendo há cerca de duas décadas."
"Se o enfraquecimento do sol tivesse efeitos resfriadores, já teríamos visto isso a esta altura."

Meio termo

Análises de troncos de árvores e de camadas inferiores de gelo (que registram a história ambiental) sugerem que o sol está se acalmando depois de um pico incomum em sua atividade.
Lockwood acredita que, além do ciclo solar de 11 anos, há uma oscilação solar que dura centenas de anos.
Ele sugere que 1985 marcou o pico máximo deste ciclo de longo prazo e que o Maunder Minimum marcou seu ponto mais baixo.
Para ele, o sol agora volta a um meio termo depois de um período em que esteve praticamente no topo de suas atividades.
Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) mostram que as temperaturas globais subiram em média 0,7º C desde o início do século 20.
As projeções do IPCC são de que o mundo vai continuar a esquentar, e a expectativa é de que as temperaturas aumentem entre 1,8º C e 4º C até o fim deste século.
Ninguém sabe ao certo como funciona o ciclo e altos e baixos na atividade solar, mas os astrônomos se veem, agora, graças a avanços tecnológicos, em uma posição privilegiada para estudar o astro-rei.
Segundo o professor Richard Harrison, do Laboratório Rutheford Appleton, em Oxfordshire, este período de quietude solar dá aos astrônomos uma oportunidade única.
"Isso é muito animador, porque como astrônomos nunca vimos nada assim em nossas vidas", disse ele.
"Temos uma sonda lá no alto para estudar o sol com detalhes fenomenais. Com esses telescópios podemos estudar esta atividade mínima de um modo que nunca fizemos no passado."

Fonte: BBC


Terra vê primeiro eclipse solar do ano


A Terra viu nesta segunda-feira (26) o primeiro eclipse do Sol no ano, podendo observar a Lua cobrir parcialmente o disco solar.
O eclipse ocorrido hoje é chamado de anular. Ele acontece quando a Lua se coloca entre o Sol e a Terra, mas está distante demais daqui para que cubra totalmente o Sol.
Esse tipo de eclipse ocorre cerca de 66 vezes em um século, mas a variação de luminosidade é bem pequena. O fenômeno pôde ser visto completamente no oceano Índico e oeste da Indonésia.
Já um eclipse parcial do Sol, com cobertura de 1% a 84% do astro, pôde ser observado no sul da África, Madagascar, Austrália e o sudeste da Ásia.
O último eclipse total do Sol aconteceu em 1º de agosto do ano passado e foi visível no Canadá, Groenlândia, Rússia, Mongólia, China e Ártico.
O próximo eclipse total deve ocorrer no dia 22 de julho --será visível na Índia, Nepal, Bangladesh, Butão, China e algumas ilhas no Japão.

Fonte: Folha Online
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